Conhecer os Pimpão de ginjeira genealógica
É fácil imaginar Marta, ainda menina, correndo por entre os ginjais a perder de vista, charnecas e vales para lá do parco casario do Sobral da Lagoa. Dário, seu pai, que havia feito o mesmo na sua infância, afadigava-se agora entre colheita, maceração e engarrafamento.
Mas sobrava tempo para a outra grande paixão de ambos. O mar, num radical grito de desapego à terra, foi sempre o destino de ambos, percorrido entre Peniche e as Berlengas, a salinidade a litigar com o licoroso no palato, porque agridoces são os dias de quem não faz o que ama. O irrevogável apelo levou Marta Pimpão a
tornar-se bióloga marinha. Não exerce. Dário Pimpão passou as rédeas de todos os seus conhecimentos, segredos incluídos, à sua descendência, tal como o seu pai havia feito.
Agora pode levar a cabo, como modo de vida, o que sempre fez quando podia, assim que podia. Dias inteiros de pescaria, avistamento de golfinhos, a serena vida de um remanso de missão cumprida. Bem vistas as coisas, um brinde diário.